quinta-feira, 29 de julho de 2010

Entrevista: "Mais que uma opção", com Ademir Piccoli

As redes sociais são um fenômeno relativamente novo e ainda muito pouco do seu potencial está sendo explorado. Na sua visão, qual o nível de aproveitamento destas ferramentas no Brasil?
 
R: As Redes Sociais não são um fenômeno novo. Desde o início dos tempos o homem se reunia em torno de interesses comuns. No ambiente virtual também é assim. O que acontece na Internet é que as ferramentas disponíveis potencializam a aproximação das pessoas, sem fronteiras. As Redes Sociais, portanto, se tornaram mais amplas, e usufruem de uma instantâneidade que, essa sim, viabiliza um fórmula inovadora de relacionamento. No mundo inteiro estamos vivenciando uma fase de descobertas. De tentativa e erro. Ninguém tem receita pronta. No Brasil não é diferente, as pessoas e as empresas ainda estão aprendendo a se movimentar nas ferramentas. Esse momento ainda durará algum tempo...  
Muito se discute sobre a ética na publicação de notícias. Como você avalia a ética hoje na internet, em que existe certa liberdade de expressão e todos podem tornar públicas suas opiniões?
R: a lógica das Redes Sociais hoje representa uma mudança importante nos paradigmas, se compararmos com as relações sociais de 10/20 anos atrás. Antigamente as pessoas eram mais reservadas, evitava-se o excesso de exposição. Hoje a superexposição é quase a regra do jogo. Nesse sentido, as novas gerações entendem como oportunidade expor todos os seus dados, preferências, valores, para que todo mundo veja. Consideram normal que todo mundo comente qualquer coisa, inclusive questões de cunho pessoal. Existe quase um choque de gerações aqui. Com relação às questões éticas, a internet terá que amadurecer muito ainda. Esse "quase-anonimato" que a Internet dá a entender, faz com as pessoas se sintam confortáveis para dizer qualquer coisa, sobre qualquer assunto, sem a necessidade de arcar com as responsabilidades de suas declarações. Nesse quesito a internet avançará muito ainda. 

Durante a campanha de Barack Obama, as redes sociais (tanto oficiais quanto de apoiadores) foram fundamentais. Isto já foi percebido pelos políticos brasileiros que já preparam campanhas que explorarão mais as redes. Você espera que surta o mesmo efeito aqui?

R: O Obama teve a vantagem estratégica do pioneirismo. Naquele momento ele ocupou a posição de agente  inovador. As ações foram inusitadas sob a ótica política, e surtiram grande efeito. Hoje as pessoas estão esperando ações deste tipo, tem a expectativa de que as campanhas tenham um braço forte pela internet. O que não pode é ficar de fora. Aí sim pode passar uma imagem de coisa antiga, desatualizada. 


Quais são as dicas para utilizar de forma eficiente as redes sociais?


R: A questão mais importante a ser respondida aqui é: o que você, ou a sua empresa, ou o seu candidato quer com ações de comunicação on-line? Qual o objetivo a ser atingido? O fundamental é existir planejamento, definição de foco, definição de público-alvo, adequação entre a ação e o público. Como em qualquer processo de comunicação, tem que existir  aderência na Campanha como um todo. As ações via internet precisam estar conectadas ao restante da comunicação. Se estivermos falando de interesses corporativos ou institucionais, é trabalho para profissionais.

Ademir Milton Piccoli, Presidente da PROCERGS - Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul.

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